terça-feira, 19 de março de 2013


QUIETUDE

Aquietar-se jamais foi uma tarefa fácil para o homem, e nunca será. É-nos inerente o desejo de agir, de fazer, de dar seguimento àquilo que julgamos precisa ser feito. Faz parte do nosso caráter o desejo de tomar a iniciativa e fazer. Aliás, o fazer e o ser estão em constante conflito dentro de nós. Quando o apóstolo Pedro diz que o Senhor Jesus “quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente.” (I Pe. 2. 23), eu fico pensando na nobreza e na grandeza dessa atitude do Senhor Jesus de ficar quieto.

                                             Há diversas maneiras de se aquietar. Há a quietude da complacência, aquele ficar quieto na intenção de ver se as coisas melhoram; aquela quietude do “deixa do jeito que está para ver como é que fica”; um ficar quieto que passa pela morosidade e letargia de alguém que simplesmente vê a vida passar diante dos seus olhos e não quer assumir o papel que lhe cabe na história do mundo - essa é uma quietude absolutamente questionável!

                                             Há a quietude covarde, a quietude guiada pelo medo; aquele ficar quieto de quem deve alguma coisa, de quem teme por algo, de quem não quer ser descoberto - uma quietude necessária àqueles que praticam o mal!

                                             Mas a há a quietude de quem sabe exatamente por que está quieto, e essa foi a quietude do Senhor Jesus. Jamais é a quietude da morosidade e da letargia! Jamais a quietude medrosa e covarde! É a quietude de quem reconhece que há Alguém que pode agir melhor! É a atitude de alguém que não dá o troco, mas espera nAquele que saberá fazê-lo de uma forma melhor e mais justa. É a quietude que produz o livramento que traz glória para Deus!  

                                            Isso me faz lembrar outra imagem bíblica. Moisés, sucessivas vezes comunica novas intervenções de Deus na vida dos egípcios, a fim de libertarem o povo judeu da escravidão. A intervenção mais forte de Deus comunicada por Moisés a Faraó foi a morte dos primogênitos. Não adiantou! Faraó, obstinadamente, seguiu firme no desejo de impedir Moisés de prosseguir! Então, numa ação última e solitária de Deus, Ele dá uma ordem não mais para Faraó, mas para Moisés e os israelitas:

“Aquietai-vos e vede o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios,
que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver. O SENHOR pelejará
por vós, e vós vos calareis.” Exo. 14. 13-14

                                            Quando nos aquietamos para Deus agir jamais seremos confundidos com os complacentes, nem com os morosos, nem com os letárgicos, muito menos com os procrastinadores! Quando nos aquietamos para Deus agir jamais seremos confundidos com os covardes, nem com os medrosos, muito menos com os que vivem nas trevas! Quando nos aquietamos para Deus agir seremos, sim, confundidos com os que vivem pela fé, com os que confiam no Senhor, com os submissos como Jesus, e com os mansos como Moisés.

                                            Oh, que maravilha, quando Deus nos pede a quietude que produz o livramento que traz glória para Ele! Aquietemo-nos!


Pr. Élio Morais

quinta-feira, 14 de março de 2013


NOSSA VIDA É UM MUNDO
DE DECISÕES

Começo o meu dia baseado numa escolha que eu fiz no dia anterior quando coloquei o meu relógio para despertar às seis e meia da manhã, sim isso já foi uma decisão e, a partir daí o meu dia foi uma sucessão delas.

Decidi tomar banho, escovar os dentes, que roupas iria usar, e o que comer no café da manhã. Decidi ler uma porção das Escrituras, orar um pouco, sair para trabalhar e, ao fazê-lo, decidi o caminho que ia percorrer.

Tomei várias decisões ao longo do dia. Lugares para ir, visitas a fazer, telefonemas a dar, opiniões a emitir, pensamentos que iriam se transformar em realidade pra mim. Decidi o que sentir, as ações que eu iria tomar e as maneiras de reagir. Decidi com o que me preocupar, no que iria acreditar, e quais prioridades iriam ser objeto da concentração de minhas energias.

Ao longo desse dia decidi se iria me guiar pelo que estava vendo ou pela fé que move o meu ser.

Decidi de que forma iria relacionar com o Deus que eu sirvo – sim um dia decidi que queria servi-Lo por toda vida! Então decidi ter com Ele um relacionamento pessoal e, pelo fato de não vê-lo, decidi que isso não iria fazer a menor diferença, pois o que Ele diz na Sua Palavra é totalmente verdadeiro e decidi andar por ela.

Ao longo do meu dia tive muitas oportunidades de me perder pelo caminho. Fui tentado a desistir, mas decidi que vale a pena continuar. Fui tentado a negociar princípios, mas me lembrei de onde os aprendi, e decidi permanecer com eles. Fui tentado a ouvir meu enganoso coração, mas decidi ouvir o Consolador. Fui tentado a dar o troco, mas decidi ser igual àquele que não revidou o ultraje. À noite, quando navegava pela internet e, depois, vendo um pouco de TV, fui tentado a satisfazer os desejos da minha carne, mas me lembrei de que já havia decidido fazer uma aliança com os meus olhos, como fizera Jó, e decidi, então, satisfazer os desejos do coração de Deus.

Aí, depois de ler um pouco, decidi que era hora de dormir, e logo peguei no sono, porque não precisei preocupar com as consequências das escolhas que fiz durante todo o dia, pois decidi sempre pelo que era correto, sempre pelo que era verdadeiro, sempre pelo que tinha virtude. Esse é um dia possível – decida-se por ele!

“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos.”
Gál. 6.9
Pr. Élio Morais
PS: Escrever isso também foi uma decisão