quinta-feira, 25 de abril de 2013

EU ESTOU OK, VOCÊ ESTÁ OK

Há muitos anos atrás, por necessidades da vida secular e profissional, me interessei e me aprofundei um pouco, a partir de um livro que eu li, sobre uma vertente da Psicologia, extremamente interessante, que inclusive cheguei a dar palestras sobre ela, a Análise Transacional.

Por definição científica, a Análise Transacional é um estudo que enfatiza a capacidade do ser humano de modificar seus sentimentos, reações, pensamentos e escolhas através do autoconhecimento e também do seu desenvolvimento pessoal. Enfatiza ainda que a despeito do caráter, da personalidade, do histórico familiar e dos traumas, é possível ao ser humano reverter e quebrar muitos paradigmas. 

Segundo, Thomas Harris, um dos psiquiatras criadores da Análise Transacional, e autor do livro que citei, há QUATRO ESTÁGIOS DO SER, e sempre estaremos vivendo um deles: 

1) Eu estou ok, e você está ok - (está tudo certo comigo e com os outros também);
2) Eu estou ok, e você não está ok - (está tudo certo comigo, mas com os outros não);
3) Eu não estou ok, e você está ok – (não está tudo certo comigo, mas com os outros sim);
4) Eu não estou ok, e você não está ok – (não está tudo certo comigo, nem com os outros).

O que me levou a pensar novamente sobre esse assunto foi um VÍDEO que vi numa rede social, em que um profissional que faz retratos falados, convida alguns pares de pessoas, que são desconhecidas uma das outras e dele também, para conviverem algum tempo dentro de um estúdio; elas conversam bastante e o tempo é suficiente para que possam descrever as características uns dos outros. Logo em seguida, a primeira pessoa é chamada à sala onde está o profissional, que não a vê, pois está de costas, e essa pessoa começa a se autodescrever enquanto ele a desenha conforme a autodescrição. Num segundo ato, entra a pessoa que conviveu com a que acabou de se autodescrever e também a descreve para o profissional – todos os pares fazem isso. 

O que se vê ao final são vários pares de desenhos das mesmas pessoas, mas,  muitíssimos diferentes. Vou explicar: As pessoas que se autodescreveram foram implacáveis consigo, acentuando exageradamente os seus defeitos e esquecendo seus traços mais atraentes. Segue-se, então, uma emoção muito grande naqueles que se autodescreveram, ao perceberem que os outros os viam com muito melhores olhos do que elas mesmas, e tiram lições surpreendentes. Excelente o vídeo, vale a pena ver!
Pensando na máxima de que é possível reverter sentimentos ruins e quebrar paradigmas com os quais temos convivido durante muitos anos, entendo que é absolutamente determinante investigar em qual estágio nos encontramos, e lutar para que nossas heranças psicológicas não tirem o ok que temos em nós, e o ok que existe nos outros. 

Agora, espiritualizando um pouco, o Senhor Jesus disse algo fundamentalmente importante:

 “São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” Mat. 6:22-23

Quão melhores seriam nossas relações se, especialmente, considerássemos aquilo que somos em Cristo Jesus! 

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram;
eis que se fizeram novas.” II Cor. 5.17

No Senhor Jesus podemos ver, sim, que está tudo certo conosco. No Senhor Jesus podemos ver, sim, que está tudo certo com os outros; afinal, se os nossos olhos forem bons, todo o nosso corpo será luminoso.

Deus o abençoe! Que você esteja ok como eu estou! Soli deo gloria!

Pr. Élio Morais

quinta-feira, 18 de abril de 2013


PORQUE ELE É O PAI

- Mas por que mamãe colocou somente três pedacinhos de carne em nossos pratos e no do papai ela colocou quatro? 

Questionou Guilherme. 

Ao que respondeu Mariana: 

- Porque ele é o pai!

Lembro-me muito bem desse diálogo quando Guilherme e Mariana eram bem pequeninhos no seminário onde estudávamos. O contexto era de profunda escassez material, pois nosso sustento financeiro era infinitamente menor do que aquele que julgávamos ser o necessário, essa era a razão da pequena quantidade de carne às refeições, mas, em compensação, convivíamos com uma graça infinitamente maior do que o melhor sustento material – ô vida de fé maravilhosa, aquela!
Mas o que me marcou profundamente naquele momento foi a resposta de Mariana, na intenção de justificar a prerrogativa do pai, sem nenhum lamento ou questionamento: - Porque ele é o pai, disse Mariana.
Desse dia em diante, em várias situações da minha vida, quando me faltam justificativas, quando o contexto não me é muito claro, quando a situação me causa certa perplexidade, invoco aquela lembrança, e digo: - É assim, porque Ele é o Pai – e isso me basta.
Basta-me saber, sem lamentar e questionar, que o Pai soberano, que tem o direito absoluto sobre a minha vida, tem prerrogativas sobre ela que eu não tenho, pois minha vida não me pertence, ela é do Pai.
Lidar com a soberania de Deus, não obstante a sua bondade, graça e misericórdia será, invariavelmente, navegar por águas profundas onde nossa limitada capacidade de entendimento jamais irá perscrutar, pois é difícil lidar com algo tão grandioso!
Mas ao mesmo tempo em que ela nos é, na maioria das vezes, totalmente incompreensível, pensar nela nos consola, acalma-nos e renova o nosso vigor, porquanto somos lembrados que há Alguém poderoso no controle de tudo. 
O grande pregador Charles Haddon Spurgeon vai dizer algo muito significativo sobre a soberania de Deus: 

"Não existe atributo que traga maior conforto aos filhos de Deus que o da Sua soberania. Nas condições mais adversas, em provações mais severas, nós cremos que de alguma forma a Sua soberania ordenou as aflições, que a Sua soberania nos governa, e que a Sua soberania nos santificará.”

Não posso saber o que você está passando, meu querido leitor e leitora. Não posso imaginar o quanto doloroso tem sido; não posso imaginar quantas lágrimas tem derramado por algo difícil e custoso que tem minado suas forças, mas posso te dizer: Ele é o Pai! É soberano, tem todo direito sobre tudo o que Ele criou, não deve satisfação a ninguém, mas, em que pese todo o seu sofrimento, este Deus soberano, é também justo, benevolente, extremamente amoroso, não tem prazer na dor de ninguém e, no momento dEle, trará não somente o livramento, mas luz sobre todas as coisas!

“Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos
de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais.” Jer. 29:11

Pr. Élio Morais

quinta-feira, 4 de abril de 2013

SENTIMENTOS


Ao encerrarmos nossa Campanha de Missões Mundiais 2013, fica em nossos corações alguns sentimentos muito interessantes, e todos eles muito agradáveis.

O primeiro sentimento é o de termos sido vasos úteis nas mãos de Deus. É bom servirmos ao Senhor. É bom sermos vasos úteis. É bom o sentimento de termos sido instrumentos do Senhor em desafiar a igreja a se envolver mais com os Não Alcançados dos Confins da Terra.

O segundo sentimento é o de termos feito a coisa certa. É o sentimento muito claro de que estivemos envolvidos com o que é correto, com aquelas coisas que podemos esperar a interferência de Deus, pois Ele operará sim, porque isso trará glória para Ele! Em que pese as nossas imperfeições e infidelidades,  o sentimento de ter feito a coisa certa produz em nós algo muito bom e quase indescritível: a expectativa da frutificação e a certeza da colheita abundante. Produz em nós a paz da consciência e nos faz pessoas melhores, pois é bom fazermos o que é certo e direito.

O terceiro sentimento é o de termos agradado ao Senhor. Missões nasceu no coração de Deus! Alguém disse, com muita propriedade, que Deus ama tanto missões, que fez do Seu único filho um missionário. O sentimento de ter agradado ao Senhor fazendo essa Campanha é um sentimento indizível! Ele nos enobrece, ele enche o nosso coração de alegria e dá sentido à nossa existência! Nós devemos ter muito claro em nossa vida esse grande objetivo: agradar ao Senhor! Pensarmos que o Deus todo poderoso contempla nossas vidas e se agrada em nos ver envolvidos com a obra que Ele tanto ama deve dar um sentido enorme em nossas vidas! Deve nos impulsionar a viver essa vida de forma prudente, diligente e responsavelmente!

Mas deixei para o final o sentimento que mais gosto de ter nesse momento em que estamos encerrando nossa Campanha de Missões Mundiais 2013:

É o sentimento da certeza de que estamos fazendo parte da igreja que produz glória para Deus e não para ela mesma, ou para homens! É o sentimento de que, apesar de sermos uma minoria num universo de igrejas que estão olhando para os seus umbigos, para os seus interesses particulares, nós estamos pensando nos outros – naqueles que definitivamente ainda não ouviram o Evangelho, que é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê. Que sentimento glorioso é esse! Estivemos nesses dias proclamando aos Confins da Terra que Cristo é o Deus encarnado, que veio para salvar! Que Ele morreu na cruz, mas ressuscitou, e ressuscitarão com Ele todos aqueles que O receberam como Senhor e Salvador!

Qual é o sentimento que ocupa o seu coração no dia de hoje, meu prezado irmão e minha prezada irmã? Finalizo essa breve reflexão com uma asseveração do missionário americano Jim Elliot:

“Não é tolo aquele que abre mão do que não pode reter
para ganhar o que não pode perder.”
                              
Obrigado, Senhor, por mais essa oportunidade de serví-Lo. Amém!

Pr. Élio Morais