terça-feira, 22 de janeiro de 2013


“QUANDO SER INSENSATO É PREFERÍVEL.”

Somente no Livro dos Provérbios encontramos quarenta e seis citações sobre o homem insensato e, todas elas, para deixar explícitas as características nefastas do homem com falta de senso, do homem sem sabedoria.

Mas o que nos causa espécie é que o mesmo autor de Provérbios, o sábio Salomão, vai dizer que não é para o insensato que há uma menor esperança de dias melhores, mas, sim, para o homem que é sábio aos próprios olhos, veja:

“Tens visto a um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior
esperança há no insensato do que nele.” Prov. 26:12 

O homem sábio aos próprios olhos não cresce, não se aperfeiçoa, não amadurece, não vence obstáculos pessoais, pois, como diz o versículo, ele é sábio aos próprios olhos, jamais ele achará que sabe menos, e jamais ele achará que alguém sabe mais. Faz-se necessário dizer, então, que o sábio aos próprios olhos é conhecido pelos outros, mas não é conhecido por ele mesmo, pois o seu conhecimento é falso.

Depreende-se que o sábio aos próprios olhos, então, não é sábio. Na verdade ele é tolo e, como diz Salomão, está numa categoria inferior à categoria do insensato, pois “...maior esperança há para o falto de censo, do que para ele.”

Mas quando falamos do homem sábio aos próprios olhos e na falta de esperança que há para ele, jamais deveríamos incorrer no erro de pensarmos no irmão que está do nosso lado, no vizinho “sem-noção” que nos perturba, no colega de trabalho inconveniente, no amigo folgado que não se enxerga. Quando falamos do homem sábio aos próprios olhos precisamos nos voltar para nós mesmos, porque poderemos sim ser esse homem pior que o insensato. Poderemos sim ser esse “sem-noção”, e o seremos na medida em que nos permitimos andar sem conselho, sem instrução, sem considerarmos o contraditório, sem considerarmos que as vias que andamos são vias de mãos duplas

Nós seremos esse “sem-noção”, sábio aos próprios olhos, na medida em que nos permitimos que o nosso ego prevaleça em detrimento daquilo é superior ou verdadeiro, na medida em que nos permitimos uma vida ensimesmada, uma vida em defesa de direitos que não temos, ou, no mínimo, que não deveríamos reivindicá-los.

Mas Salomão não disse que não há esperança para o sábio aos próprios olhos. Ele disse, sim, que há mais esperança para o insensato do que para ele. Então, não obstante a esse grau de dificuldade, há sim esperança para o sábio aos próprios olhos. Basta que, à semelhança do apóstolo Paulo, ele aplique o seguinte princípio à sua vida:

“Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.”
1 Coríntios 2:2 

Que a nossa sabedoria seja tão somente aquilo que sabemos de Cristo, e que isso nos traga regozijo e seja o bastante. Amém.

Pr. Élio Morais

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